“Enfants agités, familles bouleversées. Enjeux et usages familiaux du diagnostic de TDA/H”, – revista Sciences Sociales et Santé

“Um conceito com contornos vagos e objeto de polêmica viva, a agitação infantil é um caso exemplar para destacar as complexas ligações entre a qualificação dos distúrbios e a organização familiar. Dentro de um cenário muito fragmentado, dividido entre diferentes sintomas, abordagens profissionais e modos de atendimento, focalizamos aqui a experiência das famílias que são membros da associação HyperSupers TDA/H France. Nossa investigação nos leva a relativizar fortemente uma interpretação em termos de medicalização do fracasso escolar. Se certos aspectos da existência da criança são medicalizados, processos contraditórios também estão em jogo. A busca de um diagnóstico é sustentada por outras lógicas, ligadas tanto a questões escolares quanto a trajetórias sociais e configurações familiares. O diagnóstico de ADD/ADHD parece, portanto, ser uma oportunidade para os pais recuperarem o controle em diversas áreas. Além disso, as diferentes formas de “tratamento” dos distúrbios, desde o uso de medicamentos até a transformação das práticas educacionais, nos convidam a distinguir entre a medicalização e a patologização: o lugar ocupado por uma leitura em termos de problemas de saúde não está necessariamente correlacionado com o uso de práticas associadas ao campo médico, como a tomada de medicamentos. Pelo contrário, a medicação pode ser usada para normalizar a situação, enquanto o trabalho sobre práticas educacionais pode ser acompanhado por uma ênfase na natureza patológica da situação.”

Béliard, A., Eideliman, J., Fansten, M., Mougel, S., Planche, M. & Vaumoron, S. (2019). Enfants agités, familles bouleversées. Enjeux et usages familiaux du diagnostic de TDA/H. Sciences sociales et santé, vol. 37(1), 5-29.